Categoria: Música

Este projecto tem como ponto de partida duas palavras: procura e convergência. Imagino esta procura como algo que move a humanidade desde tempos imemoriais; a procura de conhecimento, de um sentido para vida, ou simplesmente de uma vida melhor.
A palavra convergência surge como resposta a um mundo que se mostra cada vez mais dividido e fragmentado, onde a linguagem musical pode transformar-se rapidamente em local de encontro, de diálogo e partilha de diferentes ideias. Os temas deste projecto são, assim, uma procura de diálogos e convergências entre passado e futuro, entre o desconhecido e o familiar, entre o ancestral e o novo, entre a destruição e a criação, entre a raiva e a esperança - diálogos esses que se cruzam, tomando vida e forma num ponto de convergência que é a própria música.
A minha música reflecte a minha experiência e a minha percepção do mundo. Estas ideias e palavras que surgem nos momentos que antecedem as primeiras ideias musicais vão tomando forma e vão-se transformando, assumindo sonoridades diversas e variadas. Convergem através do diálogo musical que está presente tanto nas inúmeras influências do Jazz e da música contemporânea, como na expressão criativa dos músicos que compõem este quinteto.

Mário Franco - Composição, Contrabaixo
Tomás Marques - Saxofone tenor, Saxofone alto
Sérgio Pelágio - Guitarra eléctrica, Electrónica
Duarte Ventura - Vibrafone, Electrónica
Diogo Alexandre - Bateria, Percussões

Garfo é uma banda formada por quatro da mais jovem geração de músicos em atividade na cidade de Lisboa. Bernardo Tinoco, João Almeida, João Fragoso e João Sousa. Em 2019 deu-se a estreia deste grupo, que desde então esteve presente em várias salas de concerto e festivais do país. Com o primeiro álbum editado pela Clean Feed foi considerado, em 2021, Grupo Revelação, pelos Prémios RTP // Festa do Jazz. Tocam uma música empática, com estruturas intrigantes e compassos cruzados, com muita improvisação livre para abrir horizontes. Em 2024 lançaram o segundo álbum da banda pela editora Robalo, intitulado ‘Órdia’.

Bernardo Tinoco - Saxofones
João Almeida - Trompete
João Fragoso - Contrabaixo
João Sousa - Bateria

Ricardo Reis Soares é músico e compositor. Escreve canções através da sensibilidade com que olha o mundo e dos seus personagens reais e fictícios. Prestes a lançar o seu primeiro EP “Contra tempo” apresenta-se com banda num concerto em que a música e a palavra se fundem e assumem a sua preponderância.

Ricardo Reis Soares - Voz e Guitarra
João Sobral Curado - Baixo Elétrico
Silvia Ferreira - Piano
Miguel Sobral Curado - Bateria

O novo quarteto de João Paulo Esteves da Silva, um dos mais importantes músicos-compositores do chamado jazz português, foi criado com o intuito de revisitar temas escritos em fases anteriores da sua carreira, nomeadamente para a sua working band da década de 90: o histórico quarteto com Jorge Reis, Mário Franco e José Salgueiro. Com um disco de estreia (País Distante) previsto para o final do ano, este novo grupo retoma a velha ligação com Salgueiro e inicia uma colaboração com o saxofonista britânico Julian Argüelles (figura-chave do jazz europeu contemporâneo) e o jovem contrabaixista Rodrigo Correia, todos eles, à semelhança do pianista, músicos multifacetados. Se a premissa inicial fora gravar um conjunto de composições concebidas para o primeiro quarteto, os músicos acabariam, em estúdio, por se aventurar também pela composição colectiva em tempo real. Ora, o mesmo acontecerá nas suas apresentações ao vivo.

João Paulo Esteves da Silva - piano
Julian Argüelles - saxofones tenor e soprano
Rodrigo Correia - contrabaixo
José Salgueiro - bateria

Stevie Richards é um artista sonoro e músico cuja prática multifacetada se move pelas fronteiras da música eletrónica DIY, do free jazz e da improvisação. A sua trajetória, iniciada na efervescente cena de música alternativa de Sydney nos anos 80, evoluiu para uma investigação profunda do som, ancorada na vanguarda de Naarm/Melbourne.

O seu trabalho distingue-se por uma dualidade única: a fusão entre a performance com sopros e a eletrónica feita em casa. Richards utiliza um vasto leque de materiais, incluindo o seu saxofone, para criar paisagens que vão do minimalismo textural ao noise abrasivo. A sua abordagem à síntese sonora é filosófica e prática, construindo os seus próprios sintetizadores modulares Buchla e Serge para um controlo criativo e uma intimidade inigualáveis com o som.

Para além do seu trabalho a solo, sob pseudónimos como sl_richards e cleaninglady, Richards é um colaborador ativo. Participou em projetos como o duo Stevie Richards & Mike Meanstreetz, com o qual realizou digressões internacionais, e atuou com lendas do grindcore como Whitehorse.

No entanto, a sua influência estende-se para além do palco. É uma figura central na comunidade de música experimental de Melbourne, tendo sido curador e engenheiro de som no Make It Up Club por mais de duas décadas. O seu papel como mentor e educador, ensinando Ableton Live a jovens, cimenta o seu legado como um arquiteto da cena, cujo impacto se mede não apenas pelas suas próprias criações, mas pelo ecossistema que ajudou a construir e a sustentar.

 

Nuno Veiga é um artista sonoro e improvisador cuja prática se centra na exploração das fronteiras entre a música experimental, a performance e a composição. A sua jornada artística, que começou no teatro, foi transformada pela sua dedicação à investigação aprofundada do som e da improvisação.

O seu trabalho como improvisador sonoro é a marca distintiva da sua abordagem musical. Para isso, utiliza um vasto leque de materiais que incluem objetos, instrumentos, voz e o próprio corpo. A sua prática é caracterizada pela interseção entre paisagens eletrónicas, manipulação acústica e processamento digital, criando composições que oscilam entre o minimalismo e a densidade textural. Nuno Veiga tem estado envolvido em projetos musicais como Skronk, NoiD, Cojones Spirituales, Fuck Popx 2 e a r | r a.

Nuno Veiga é também um reconhecido sound designer, criando paisagens sonoras para teatro, dança e cinema. A sua vasta experiência culminou no lançamento do seu álbum a solo, "Contraluz", editado pela Nariz Entupido. Além deste trabalho, possui uma série de colaborações discográficas em vários países.

 

Nuno Veiga - Objectos, instrumentos e eletrónica.
Stevie Richards - Objectos, instrumentos e eletrónica.